top of page

PSICOTERAPIAS HUMANISTAS

 

Consideram que o núcleo básico e inerente da personalidade humana tende à saúde e ao bem-estar. Os transtornos mentais originam-se através do bloqueamento do desenvolvimento natural do ser humano.

 

Diferentemente das psicoterapias de inspiração psicanalítica, as terapias humanistas dão mais importância aos pensamentos e sentimentos CONSCIENTES do que aos aspetos inconscientes da mente, ao PRESENTE do que ao passado. 

 

A psicologia humanista considera o homem como um processo em construção, detentor de liberdade e poder de

escolha. Seu objetivo não é tanto o de curar doenças reduzindo tensões devidas a recalcamentos, mas o de promover uma humanização da psique por meio do crescimento pessoal e da autocompreensão da pessoa que solicita terapia.

Pressupostos básicos das psicoterapias humanistas:

 

. O ser humano é mais do que a soma de suas partes tomadas individualmente;

. Ele vive em relações interpessoais;

. Ele é um ser consciente e pode desenvolver sua percepção;

. Ele pode decidir;

. Ele comporta-se de maneira intencional.

 

. TERAPIA CENTRADA NA PESSOA

  Desenvolvida por CARL ROGERS (1902-1987), um dos mais renomados psicólogos do século XX e um pioneiro na

  pesquisa científica em psicoterapia.

  Sua tese central: "O indivíduo possui possibilidades inimagináveis de compreender-se, de modificar os conceitos que

  tem de si mesmo, suas posturas e seu comportamento: esse potencial pode ser liberado se a pessoa puder ser trazida

  a uma situação caracterizada por um clima favorável para o desenvolvimento psíquico".

 

  É uma abordagem das relações interpessoais baseada no pressuposto de que em todo indivíduo existe uma

  tendência atualizadora - inerente ao organismo - para crescer, desenvolver e atualizar suas potencialidades numa

  direção positiva e construtiva. 

 

  Há três condições básicas e simultâneas facilitadoras entre paciente e terapeuta para que ocorra a atualização do

  núcleo essencialmente positivo existente em cada pessoa:

  . CONSIDERAÇÃO POSITIVA INCONDICIONAL

    Aceitar cada aspecto da experiência da pessoa, não colocando condições para a aceitação e a apreciação.

    Implica um cuidado não-possessivo, uma forma de apreciar o outro como uma pessoa individualizada a quem

    se permite ter os seus próprios sentimentos, suas próprias experiências.

  . EMPATIA

    Perceber acuradamente o quadro interno de referência da outra pessoa como se fosse o seu próprio,

    com os seus significados e componentes emocionais, sem, contudo, perder a condição de “como se”.

  . CONGRUÊNCIA 

    Ser congruente em uma relação significa ser uma pessoa integrada, com a sua experiência real acuradamente

    representada em sua consciência. A pessoa está congruente quando ela está sendo livre e profundamente ela

    mesma, quando está vivenciando abertamente os sentimentos e atitudes que estão fluindo de dentro dela.

    Ser congruente, portanto, significa ser real e genuíno.

  Segundo Rogers, estas condições promovem a atualização do indivíduo em qualquer relacionamento interpessoal,

  seja no relacionamento terapeuta e cliente, pai e filho, líder e grupo, professor e aluno, administrador e equipe,

  isto é, em qualquer situação cujo objetivo seja o desenvolvimento da pessoa. Por este motivo, o campo de aplicação

  da Abordagem Centrada na Pessoa é bastante amplo, incluindo as áreas da psicoterapia, educação, resolução de

  conflitos, relações familiares, grupos de encontro, grupos de crescimento e grandes grupos de comunidade.

 

  (site do VI Fórum Brasileiro da ACP – Canela/RS – 2005)

 

 

. GESTALT-TERAPIA

  Abordagem psicoterapêutica concebida na década de 40 pelos então conhecidos como o "grupo dos sete"

  (Paul Weisz, Elliot Shapiro, Isadore Sylvester Eastman, Ralph Hefferline e Jim Simkin), tendo mais destaque dentre eles

  o psicoterapeuta e psiquiatra FRITZ PERLS (1893-1970), a psicóloga LAURA PERLS (1905-1990) e PAUL GOODMAN.

  Eram pensadores e clínicos envolvidos em disciplinas artísticas: literatura, música, dança e teatro. Encontraram nas

  artes uma visão de funcionamento ideal à qual estenderam a toda atividade humana. Essa visão tornou-se a sua

  medida de saúde e doença e guiou sua prática em psicoterapia (Miller, 1980). Laura considerou a terapia mais arte

  do que ciência, por necessitar de extrema intuição e sensibilidade, indo muito além de uma abordagem associativa.

  Por atuar de modo holístico o terapeuta é considerado um artista (Perls, 1992).

  A Gestalt-terapia tem seu enfoque clínico no conceito do AQUI-AGORA. Não confundir com a ideia de que a

  abordagem nega o histórico do paciente. O conceito refere-se à ideia de que o que se apresenta como fenômeno no

  momento atual é que deve ser levado em consideração.

 

  Esta abordagem investe na promoção do CONTATO (ciclo de distribuição da energia no processo de satisfação das

  necessidades) e da AWARENESS (dar-se conta, tomar consciência), também conceitos da teoria.

  O modo de abordar o aqui-agora expressa-se na relação terapeuta-paciente, já que é a relação que está ocorrendo

  no momento da terapia. O trabalho focado nesta relação sugere ao paciente que tome consciência do aqui-agora e

  lide com o que emerge desta relação. Os elementos que emergem são chamados de FIGURA, conceito da Gestalt

  conhecido como FIGURA e FUNDO.

 

  O enfoque no aqui-agora da relação terapeuta-paciente pretende servir de modelo vivencial das experiências do

  paciente, compreendendo-se que toda a tomada de consciência advinda desta vivência afetará a relação do
  paciente consigo mesmo de modo geral, holístico. 

 

  Considerando que a pessoa consciente é uma pessoa completa, a função do terapeuta é ajudar o paciente a tomar

  consciência do aqui-agora e frustrá-lo em qualquer tentativa de fugir disso. Assim, a terapia possibilita ao indivíduo

  deixar de repetir de forma morta sua vida, apresentando um novo conflito criativo que convida ao crescimento,  à

  mudança, ao excitamento e à aventura de viver.

TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL - TCC

 

É uma forma de psicoterapia que se baseia no conhecimento empírico da psicologia. É o conjunto das teorias psicológicas que postulam o comportamento como o mais adequado objeto de estudo da Psicologia. 

 

O comportamento é definido por meio de unidades analíticas - como respostas e estímulos - e investigado

por meio de diferentes métodos, dentre os quais destacam-se:

   . a observação do comportamento em ambiente experimentalmente controlado

   . a observação do comportamento em ambiente natural e

   . a interpretação de relações comportamentais orientada por evidências empíricas.

 

Historicamente, a observação e descrição do comportamento fizeram oposição ao uso do método de introspecção.

 

ABORDAGENS DA 3a. GERAÇÃO DA TERAPIA COMPORTAMENTAL

 

 

. TERAPIA DE ACEITAÇÃO E COMPROMISSO - ACT

 

  A ACT (em inglês: Acceptance and Commitment Therapy) é uma abordagem psicoterapêutica baseada em um

  modelo cognitivo-comportamental. Sua base é empírica e utiliza intervenções focadas, por um lado, nos

  princípios de aceitação e plena atenção combinados, e por outro, nos princípios de compromisso com os

  próprios objetivos e valores, e de mudança de comportamento. O objetivo é, assim, aumentar a flexibilidade

  psicológica do indivíduo.

 

 

. TERAPIA ANALÍTICA FUNCIONAL - FAT

 

  É notável pela intensidade do relacionamento pessoal entre paciente e terapeuta. Criada por Robert

  Kohlenberg e Mavis Tsai na Universidade de Washington, a FAP (em inglês: Functional Analytic Therapy)

  pontua que o cliente se comporta em relação ao terapeuta semelhantemente ao modo como se comporta com

  outras pessoas significativas em sua vida, de modo que o terapeuta, fornecendo os estímulos necessários para

  uma resposta mais adequada na relação com o outro, leve o paciente a generalizar essa relação para outros

  contextos.

 

  Sua forma de tratamento enfatiza a análise da relação terapeuta-paciente e dos aspectos nela envolvidos no

  contexto clínico – ou seja, na sessão, no momento em que ela ocorre. Esta análise passa a ser a própria

  intervenção, que conseqüentemente, produzirá mudanças de comportamento nas relações diárias dos

  pacientes. O terapeuta deve evocar e contribuir para mudar padrões de comportamentos, identificados como

  comportamentos clinicamente relevantes - CRBs (em inglês: Clinical Relevant Behaviors).

 

 

 

 

bottom of page